23 de outubro de 2015

Coisas que a gente passa e quase ninguém fica sabendo...

Tem determinadas coisas que acontecem na vida da gente que muita gente não fica nem sabendo, mas que marcam a gente pra sempre. Hoje faz um ano que algo aconteceu, algo que eu nunca vou me esquecer, que doeu, que marcou, que testou minhas forças. Deus nunca dá para nós um fardo maior do que somos capazes de suportar, mas a um ano atrás me perguntei por diversos dias seguidos o por que aquilo estava acontecendo comigo. Na época poucas pessoas mais próximas souberam do ocorrido, eu não tinha coragem de dividir minha dor com muitas pessoas, mas hoje, quando olho para trás, vejo que isso talvez tenha sido um erro, que tudo poderia ter sido mais fácil de superar se eu tivesse mais gente em volta de mim que pudesse me apoiar.

Vou explicar... no ano passado, as 6 da manhã eu recebi a confirmação de acabara de sofrer um aborto espontâneo. Eu estava grávida de 7 semanas e somente nossos pais, a Camila e dois casais de amigos super próximos sabiam da gravidez. Na noite do dia 22 de outubro eu estava sozinha em casa coma Camila (maridão em um jantar de negócios) quando eu resolvi ir ao banheiro fazer xixi e ao me limpar o papel saiu com muito sangue, um sangue bem vivo. Eu na hora me assustei, sabia que aquilo não era normal. A Camila estava comigo no banheiro a frase que ela disse foi: "The baby is hurt" (O nene esta machucado). Foi onde eu desabei. Liguei pro  marido, que só atendeu na oitava ligação, afinal estava ocupado e ele voltou correndo para casa pra me levar no pronto socorro. Chegando lá, me disseram q iriam colher meu sangue e logo o médico ia me ver. Marido foi embora pra casa, pois não queriamos a Camila na sala de espera de um PS lotado, correndo o risco de pegar alguma doença. Naquela época estava acontecendo todo aquela confusão da epidemia de Ebola e o PS estava cheio ee els estavam fazendo checagem extra. Só sei que com isso demoraram 5 horas pra colher meu sangue, e 4 horas depois que o sangue foi coletado (9 horas depois que dei entrada no PS) o médico me atendeu e me disse que o nivel de beta Hcg no meu sangue estava muito baixo, que eu provavelmente estava sofrendo um aborto. Me mandaram para o ultrassom e confirmaram que meu utero estava limpo, ou seja, eu já havia expelido tudo que pudesse haver la dentro, não havia nenhum sinal de que eu havia estado gravida a não ser o pouco de hormonio encontrado no meu sangue. Foram 11 horas de choro, ansiedade e medo que se confirmaram naquele diagnóstico. Eu fiquei sem chão, não sabia o que pensar, só queria entender o por que, mas essa era a unica resposta que nunca teria e nunca terei. 1 em cada 4 gestações acabam em abortos espontâneos (geralmente por má formação ou desenvolvimento fetal), mas muitas mulheres não chegam nem a descobrir que estavam grávidas por não terem feito o teste quando o aborto ocorre e elas acham que estão menstruando normalmente.

O dias seguintes foram de sangramento, cólicas, exames médicos e muita tristeza. Eu me culpava pelo ocorrido e mesmo quando parei de me culpar não conseguia entender o por que aquilo aconteceu. Eu sabia que tudo tem sua hora certa, que se aconteceu era por que não era a hora de ter outro filho, mas daí eu me perguntava que se Deus achava que não era a hora por que me deixou engravidar em primeiro lugar. Foram dias complicados. Pra ajudar um pouco, eu estava com viagem marcada. Eu ganhei um concurso de redação no meu curso de inglês e iria com minha professora para o congresso onde a premiação aconteceria. Com o ocorrido, o médico mandou eu desmarcar a viagem.

Após todos os exames, o médico me disse que eu deveria apenas esperar minha próxima menstruação e poderia tentar engravidar de novo. Eu achava que mesmo que assim iria demorar para meu organismo se ajustar e eu engravidar de novo. Ledo engano, dia 31 de dezembro comecei a sentir enjoos e no dia 2 resolvi fazer o teste. Estava grávida de novo. Dessa vez não contamos para ninguém até completar 12 semanas, nem mesmo pra Camila. Eu estava muito feliz, mas ao mesmo tempo extremamente assustada. Não aguentaria passar por tanta dor de novo. Graças a Deus tudo correu bem e a Livia está aqui, linda, fofa e super saudável.

Hoje eu aceito ainda mais que realmente aquela gravidez não era pra ser. Se meu corpo resolveu que não era a hora, ele sabia o por que. E se aquela gestação tivesse ido pra frente, o bebe não seria a Livia e hoje eu não consigo imaginar minha vida sem ela. Claro que eu nunca vou deixar de pensar em como teria sido, se viria um menino, etc. E também nunca vou me esquecer desse serzinho que por apenas 7 semanas viveu em mim... A gente quando fica gravida se sente mãe e ama o bebe desde que vemos o resultado positivo, então a sensação de perda sempre vai existir, mas hoje eu consigo falar abertamente sobre isso sem sofrer.

Torço para que ninguém nunca passe por essa situação, mas infelizmente é algo comum. Meu conselho nesse caso é: divida sua dor com alguém, deixe que os outros te deem um apoio e carinho nesse momento de fragilidade. Acredite, sofrer sozinha é muito mais doloroso.

Beijocas!!!
18 de outubro de 2015

Quem é vivo sempre aparece!!!


Oi... cof, cof, cof... Perai, deixa eu limpar essa poeira primeiro...




Poxa vida, faz muito tempo que eu não apareço por aqui. Não sei bem explicar o porque, falta de tempo, falta de assunto, falta de vontade, uma combinaçãdo de tudo isso... Só sei que essa madrugada, enquanto amamentava me lembrei da existencia do blog e fiquei com vontade de voltar a escrever por aqui. Ops, deve ter gente se perguntando "Como assim amamentava?". Pois é, nesse tempo que não apareci por aqui, fiquei gravida e tive mais uma linda princesa. Seu nome é Livia e ela nasceu no dia 31 de agosto, as 7:55 da manhã.

Muita coisa aconteceu de lá pra cá (vide informação acima) e com o tempo vou tentando colocar as novidades em dia. Dando uma resumida rápida, fiz aula de inglês todo dia pela manhã até junho, quando o semestre acabou e não me registrei para o semestre seguinte por causa da baby que estava pra chegar. Mudamos de casa, mas continuamos em San Diego. Mudamos para um bairro onde as escolas são melhores, já pensando na Camila. Falando nela, está enorme, super feliz com a irmã e ja esta aprendendo a ler e escrever (já sabe escrever o proprio nome sozinha a algum tempo).

Pequenina está me chamando pra mamar, mas prometo que volto a escrever, tenho alguns posts já em mente e entre uma mamada e outra vou deixando alguns prontos para ire publicando aos poucos.

Beijocas!!!